sábado, 30 de maio de 2020

TODOS OS FADISTAS DO NORTE




FADOS INESQUECÍVEIS






TRIBUTO AOS AUTORES DO NORTE





BIOGRAFIAS FADISTAS




MARIA JOSÉ DA GUIA

Maria José dos Santos da Guia nasceu em Angola a 16 de Outubro de 1929. Mas muito nova veio morar para Lisboa, para o bairro de Alfama, sendo mesmo a mascote da marcha popular desse bairro.
A fadista estreou-se provavelmente em 1944, passando a actuar em várias casas do Bairro Alto e de Alfama, no Café Luso, no Retiro da Severa, ou na Adega Machado, casa onde permaneceu durante algum tempo.
Participou em várias revistas do Teatro Maria Vitória, Variedades e ABC, em espectáculos onde popularizou vários fados, mas a sua preferência seria mesmo o circuito das casas de fado de Lisboa.
Maria José da Guia casou com Amadeu José de Freitas, um dos mais conhecidos profissionais da comunicação social portuguesa.
A fadista que trajava de negro, sempre com o seu xaile traçado, cantou temas sobre a cidade, o amor e o fado, os quais deixou em inúmeras edições discográficas em formato EP e LP. Lamentavelmente são reduzidas as reedições destes dicos em formato CD.
Maria José da Guia celebrizou uma grande quantidade de fados, cantando versos dos mais conceituados poetas, musicados por compositores de fado igualmente consagrados. Assim, foram muito populares as suas interpretações de “Coimbra” e “Lisboa Antiga”, de autoria de José Galhardo e Raúl Ferrão; da “Casa Portuguesa”, poema de M. Sequeira sobre música de A. Fonseca; “Sempre que Lisboa Canta”, de Aníbal Nazaré e C. Rocha; “Marcha do Centenário”, com autoria de Norberto de Araújo e Raúl Ferrão; ou “Ronda Fadista”, com letra de Domingos Gonçalves Costa e música do Fado Corrido.
No início da década de 70 Maria José da Guia foi convidada para cantar em Luanda, numa casa de fados de nome Muchima.Voltou para Portugal em 1975, já adoentada.
Posteriormente, voltaria a cantar, e fê-lo em diversas casas de fado, discotecas e casinos, destacando-se a casa Mal Cozinhado, no Porto.
No início da década de 90 a fadista retirou-se definitivamente da vida artística, tendo falecido com 62 anos.
A Câmara Municipal de Lisboa, com o propósito de perpetuar a memória da fadista, atribuiu o seu nome a uma rua de Lisboa, situada no Bairro da Cruz Vermelha, na freguesia do Lumiar.

Fonte: Museu do Fado - Última actualização: Abril/2008

terça-feira, 26 de maio de 2020

TODOS OS FADISTAS DO NORTE




SAUDADE




TRIBUTO AOS AUTORES DO NORTE





BIOGRAFIAS FADISTAS






MARIA DA NAZARÉ

“Maria da Nazaré nasceu no Barreiro, então uma das zonas industrias de maior projecção em Portugal. Cedo partiu para Lisboa, onde se radicou no Bairro de Campo de Ourique. E aí começou a cantar, ao despertar para a adolescência. Primeiro em serões de amigos, e logo depois integrada nas sessões para trabalhadores organizadas pela antiga FNAT (hoje INATEL). Nesta mesma altura, pelos finais dos anos sessenta, venceu por duas vezes a Grande Noite do Fado, então patrocinada pela Casa da Imprensa.
Aos 17 anos integrou o elenco dos artistas que colaborava com a antiga Emissora Nacional, percorrendo o país a cantar em serões para trabalhadores que eram retransmitidos pela rádio.
Editou vários discos a solo, mas também em colaboração com o cavaleiro José Mestre Batista e Fernando Farinha.
A sua vida artística tem-na levado a percorrer vários pontos do globo, Brasil, Angola, Moçambique, Grande Bretanha, Bélgica, Finlândia, Suécia, Dinamarca, Espanha, onde a todos eles levava um pouco desta música que percorre as ruas Lisboa.
Tem cantando nas mais prestigiadas casas de espectáculo da região de Lisboa, tal como no Casino Estoril, no Arreda, na Taverna do Embuçado, Lisboa à Noite, Sr. Vinho, e por último no Clube de Fado, onde actua presentemente.
É convidada com frequência para cantar em festas particulares, congressos e hotéis, e em programas de televisão. Isto para além de diversas participações no Centro Cultural de Belém, na Aula Magna, na Expo 98, nas festas do Avante e da União Geral de Trabalhadores, e ainda em festas organizadas por numerosas Câmaras Municipais, com relevância para as Festas da Cidade de Lisboa.”
Em 2007 é convidada para participar no filme de Carlos Saura, "Fados", reencontrando-se no ambiente "Casa de Fados", juntamente com Vicente da Câmara, Ana Sofia Varela, Carminho, Ricardo Ribeiro e Pedro Moutinho.


Fonte: Museu do Fado - Última actualização: Maio de 2008

sexta-feira, 22 de maio de 2020

TODOS OS FADISTAS DO NORTE




FADOS INESQUECÍVEIS








TRIBUTO AOS AUTORES DO NORTE





BIOGRAFIAS FADISTAS







MARIA DA FÉ

Maria da Fé, de seu nome de baptismo Maria da Conceição da Costa Marques, nasceu no Porto no dia 25 de Maio de 1942. A sua mãe teve 17 filhos, mas actualmente tem apenas 5 irmãos. Na cidade do Porto fez a sua instrução primária e foi também aí que começou a cantar, por influência da mãe, usando nessa altura o nome artístico de Maria da Conceição. Durante um curto período de tempo, ainda muito jovem, para ajudar os pais, trabalhou como ajudante de costureira e de alfaiate e, também, na fábrica de tecidos Nogueira, actividades a que juntava as actuações em espectáculos ao fim de semana.
A fadista conta os seus anos de carreira apenas a partir de 1963, dois anos depois de ter vindo para Lisboa, embora nesta data já tivesse feito vários espectáculo e inclusive editado gravações discográficas.
Maria da Fé começou a cantar Fado ainda em criança e, com apenas nove anos, apresentava-se em festas de amadores. Aos 13 anos ganhou um concurso realizado pelo "Jornal de Notícias" e o empresário Domingos Parquer, na Feira Popular do Porto. Em 1959, com 16 anos, voltou a ser consagrada vencedora como Rainha das Cantadeiras, no mesmo concurso, desta vez apresentado no Palácio de Cristal.
No ano seguinte, acompanhada pela mãe estabelece residência em Lisboa e, incentivada pelo poeta Francisco Radamanto, rapidamente integrou o elenco de uma das mais importantes casas de Fado de Lisboa, a Adega Machado. Ao fim de dois meses foi para a Parrreirinha de Alfama, local onde foi convidada a apresentar-se durante 14 dias num espectáculo do Casino Estoril.
Data também da sua vinda para Lisboa o registo do seu nome artístico como Maria da Fé, escolha feita por sugestão do fadista Raul Dias, com o objectivo de tirar a carteira profissional exigida na altura.
Casou com o poeta José Luís Gordo, em 1968, e deste casamento nasceram 2 filhas. Nunca teve outras profissões a não ser a de fadista, até se juntar ao seu marido na gestão da Casa de Fados que abrem em 1975, o Senhor Vinho. Esta casa situa-se no bairro da Madragoa, primeiro na Rua das Trinas e, a partir de 1981, na Rua do Meio à Lapa, onde funciona até hoje.
Em 1969 participa no Festival RTP da Canção, estreando o género fado no certame com a interpretação de "Vento do Norte", da autoria de Francisco Nicholson e Braga dos Santos.
Maria da Fé actuou em diversas Casas de Fado, mas a "sua casa" será a que abre com o marido, o Senhor Vinho. As suas interpretações trouxeram-lhe um imenso sucesso, com um grande protagonismo nos meios de comunicação social, uma sucessão regular de discos gravados, inúmeros espectáculos por Portugal inteiro e várias digressões pela Europa, Norte de África, Guiné, Angola e Moçambique, Américas do Norte e do Sul e Austrália.
A sua primeira actuação no estrangeiro foi numa associação recreativa de Newark (New Jersey), a que se sucederam inúmeros países e salas de grandes cidades, de onde salientamos o Brasil, país em que Maria da Fé actuou logo na década de 1960, voltando em 1984. no âmbito da ponte cultural luso-brasileira, e novamente na década de 1990.
No ano de 1984 participa no filme "To Catch a King", realizado por Clive Donner e protagonizado por Robert Wagner, onde interpreta dois fados: "Cantarei até que a voz me doa" e "Portugal, meu amor".
Maria da Fé prosseguiu com os seus concertos individuais, comemorando no Teatro S. Luiz os seus 40 anos de carreira, no ano de 2003, com um espectáculo intitulado "Divino Fado" em que participaram convidados como Ana Sofia Varela, António Zambujo, Carlos Macedo, Jorge Fernando, Ana Moura, Aldina Duarte, João Ferreira Rosa e Argentina Santos.
Actualmente Maria da Fé faz apenas os espectáculos que lhe dão prazer, mantém a gestão da sua Casa de Fados, onde muitas vezes se apresenta ao público, consciente de que é ela própria cabeça de cartaz da programação da sua casa, apesar de ter muitos artistas conceituados no seu elenco.
O seu primeiro disco gravou-o em 1960, ainda no Porto, com dois Fados seus e outros dois de Fernando Manuel, um fadista que à data fazia parte do elenco da Casa de Fados Viela. A esta edição somaram-se muitas outras, ao longo de mais de 40 anos como profissional.
Ainda na década de 1960 a convite de José Duarte integra o projecto Pop Fado, gravando as suas interpretações acompanhada por guitarra eléctrica e bateria. Um projecto que gerou muita polémica no meio tradicionalista do Fado.
Recentemente, em 2000, integrou o projecto Entre Vozes - conjunto também constituído por Alexandra, Alice Pires e Lenita Gentil, com o propósito de interpretar a solo, em dueto, terceto ou quarteto diversos Fados de referência. Com esta formação foi apenas editado um CD, no ano de 2000, tendo Maria da Fé e Alexandra saído do projecto e sido substituídas por Maria Armanda e Teresa Tapadas.
No âmbito comemorativo do 40º aniversário da sua carreira é editado um CD de inéditos intitulado "Divino Fado", tal como o espectáculo que apresentou nesse mesmo ano de 2003, no Teatro S. Luiz em Lisboa.
Na sua vasta discografia conta com cerca de 30 Lps e 15 Cds. A sua mais recente edição discográfica data de 2005 - o CD "Nome de Fado".
Intérprete de temas emblemáticos como "Cantarei até que a voz me doa", de autoria de José Luís Gordo e de José Fontes Rocha; ou "Valeu a Pena", composto pelo prof. Moniz Pereira, Maria da Fé é uma figura incontornável do universo do fado desde a década de 1960. Através da casa Sernhor Vinho a fadista mantém uma grande ligação com as novas gerações de fadista, tendo muitos intérpretes registado uma passagem pelo elenco do seu restaurante, como é o caso de Mariza, Camané, Ana Moura, Aldina Duarte ou António Zambujo, entre outros.
Selecção de Prémios:
- Prémio da Imprensa, 1970;
- Prémio de Consagração de Carreira, no decorrer da Grande Noite do Fado, Casa da Imprensa, 1997;
- Cruz de Mérito da Cruz Vermelha Portuguesa, 2005;
- Medalha de Mérito Cultural, Ministério da Cultura, 2005;
- Medalha de Ouro da Cidade do Porto, 2005;
- Prémio Intérprete Feminina, Fundação Amália Rodrigues, 2006.

Fonte: Museu do Fado - Última actualização: Fevereiro/2008

terça-feira, 19 de maio de 2020

TODOS OS FADISTAS DO NORTE




SAUDADE




TRIBUTO AOS AUTORES DO NORTE





BIOGRAFIAS FADISTAS

  

 




MARIA ARMANDA

“Uma marcante carreira de mais de 3 décadas, desde que ganhou a “Noite de Fados” da Casa da Imprensa, em 1968 (que lhe facultou a gravação do seu primeiro trabalho discográfico, hoje alargada a mais de duas dezenas de edições fonográficas).
Em 1981 conquista do Prémio Ary dos Santos, atribuído pela Casa da Imprensa ao melhor intérprete de temas deste autor. Em 2001, de novo pela Casa da Imprensa, vê ser-lhe atribuído o Prémio Carreira, prestigiando a sua versatilidade artística e quantidade de edições fonográficas de reconhecida qualidade.
Ao longo dos anos foi dividindo as suas actuações entre prestigiadas Casas de Fado, participações em Teatro de Revista no Parque Mayer, espectáculos nacionais e digressões pelo estrangeiro (desde EUA, Canadá, Venezuela, Brasil, Suíça e França).
No tocante a incursões de grande prestígio internacional, merecem destaque:
Em 1976, presença no Brasil durante 14 meses seguidos em múltiplas digressões por vários Estados Brasileiros; em 1977, presenças em Coração e Venezuela, na companhia de nomes conhecidos, como Max e Argentina Santos; na década de oitenta, várias deslocações ao Canadá e Califórnia.
Ainda na década de oitenta possui a sua própria cada de fados: “Malhoa”.
A década de noventa foi marcada pelas múltiplas gravações de cd´s.
A iniciar o novo século, Maria Armanda foi convidada para atracção musical no Parque Mayer em “Tem Palavra a Revista”.
A partir de 2001 integra o elenco do Grupo “Entre Vozes”, com vários espectáculos, já concretizados no estrangeiro e em Portugal e três cd´s editados.”
Actualmente podemos encontrar Maria Armanda a actuar no restaurante “Guitarras de Lisboa”, em Alfama, mantendo-se simultaneamente no projecto “Quatro Vozes”, que junta os nomes de: Teresa Tapadas, António Pinto Basto e José da Câmara, e que se apresentam em público, em inúmeros espectáculos pelo país.

Fonte: Museu do Fado - Última actualização: Maio de 2008

sábado, 16 de maio de 2020

TODOS OS FADISTAS DO NORTE




FADOS INESQUECÍVEIS






TRIBUTO AOS AUTORES DO NORTE





BIOGRAFIAS FADISTAS






MARIA AMÉLIA PROENÇA

Maria Amélia Marques Proença nasceu em Lisboa, no bairro de Campo de Ourique, no dia 21 de Outubro de 1938. Ainda criança ouvia muitos programas na rádio e aprendia todos os fados, em especial os de Amália Rodrigues, que depois cantarolava em casa e na rua.
Com apenas 8 anos inscreve-se no "Grande Concurso Portugal", um concurso para adultos organizado pelo jornal "Ecos de Portugal". A sua presença destaca-se e recebe a Taça Amália do concurso.
Faz a sua estreia em 1948 apresentando-se publicamente no Teatro Casablanca (Parque Mayer), propriedade do empresário José Miguel que, para conseguir tê-la a cantar naquele local público, vê-se obrigado a solicitar uma autorização especial ao Ministério do Trabalho, uma vez que Maria Amélia não tem idade para profissionalizar-se.
Maria Amélia Proença passou pelos mais variados locais de actuação desde que se estreou no teatro Casablanca, do Parque Mayer, com apenas nove anos, em 1948.
A partir desta data, 1948, apresenta-se regularmente nas casas pertencentes ao empresário José Miguel: o Solar da Alegria, O Mondego, o Café Latino e o Vera Cruz.
Maria Amélia Proença passa também a actuar em espectáculos e verbenas um pouco por todo o país, em formatos de apresentação colectiva que eram correntes naquela época. Grava também o seu primeiro disco, em formato de 78 rpm, com o jovem Jorge Barradas.
A fadista casa com 16 anos, no dia 2 de Novembro de 1954 e tem dois filhos, um dos quais, Carlos Manuel Proença, toca viola de Fado e muitas vezes a tem acompanhado na sua profissão.
Na década de 1970 faz as suas primeiras digressões ao estrangeiro, chegando a permanecer 7 meses em Macau e a fazer apresentações na Tailândia, Japão e Singapura.
Apresentou-se em espectáculos na Alemanha, França, Holanda, Inglaterra, Angola e Cabo Verde. E, a nível nacional, participou nos espectáculos organizados pela Lisboa Capital Europeia da cultura, em 1994 ou pela EXPO' 98.
Paralelamente a fadista continuará a cantar em diversas casas de Fado. O último elenco fixo que integrou foi o da Taverna do Embuçado, mantendo, depois, actuações esporádicas no Luso.Actuou ao lado de grandes nomes do fado, como Amália Rodrigues, Alfredo Marceneiro, Tristão da Silva, Fernando Farinha e Carlos do Carmo.
Mais recentemente, apesar de não artista residente em nenhuma casa de fados, faz actuações no Luso e em espectáculos diversificados.
A fadista não tem uma discografia muito vasta, constituída sobretudo por EPs e cassetes gravados nas décadas de 1960 a 1990 e apenas o LP "Fados", editado pela Riso e Ritmos em 1979.
O seu mais recente trabalho discográfico, já em formato CD, foi editado pela Ocarina em 2006 e intitula-se "Fados do meu Fado".
A carreira da fadista está muito ligada aos espaços de casa de fado, tendo passado pelos elencos das casas mais importantes, caso do Luso, do Faia, da Taverna do Embuçado ou, mais recentemente, do Senhor Vinho. Ainda assim deslocou-se por diversas vezes em digressões para actuar em países como Singapura, Malásia, Japão, Alemanha, Holanda, França, Angola e Cabo Verde.
Nos seus 60 anos de carreira, que a fadista completa em 2008, Maria Amélia Proença transformou-se da criança "revelação" numa das portadoras da tradição do Fado Castiço, representando uma geração de cantores que há muito deixaram o activo profissional.
Em 2005 Maria Amélia Proença foi distinguida com o prémio "Carreira" no concurso "Grande Noite do Fado".

Fonte: Museu do Fado - Última actualização: Fevereiro/2008.