JÚLIO
VIEITAS
Júlio
Vieitas nasceu em Caldas da Rainha, no dia 8 de Agosto de 1915 e era ainda
muito jovem quando começou a cantar o fado. Por esse motivo, resolve aos quinze
anos, procurar na cidade novas oportunidades. Emprega-se no ramo do comércio.
Aos dezassete anos, Júlio Vieitas canta no “Retiro da Basalisa”, e seguem-se
outras actuações em verbenas e sociedades recreativas.
Em
1937 Júlio Vieitas estreia-se como profissional no “Café Mondego”, ao que se
seguem apresentações no “Solar da Alegria”, “Café Vera Cruz” e “Café Latino”.
Actuou também no “Café Luso”, “Sala Júlia Mendes”, “Café Monumental” e
“Cervejaria Artística”.
Integrou,
no ano de 1943, uma tournée pelo centro e norte do país com Ercília Costa como
empresária, actuando durante algum tempo no “Cinema Olímpia” do Porto, onde
também cantou na “Candeia” e no “Solar da Saudade”. Ainda na cidade do Porto,
actuou na “Taverna de São Jorge”, no Hotel D. Henrique, na “Cozinha Real do
Fado”, na “Casa da Mariquinhas” e no “Rabelo” em Vila Nova de Gaia. Também a
cidade de Coimbra recebeu as suas actuações, nomeadamente no “Retiro do
Hilário”.
Em
1954 e em 1960 cantou em programas de fados na Emissora Nacional, Rádio Clube
Português e Emissores Associados de Lisboa, que contribuíram para a sua
projecção artística e para as actuações no retiro do “Caliça”, na “Parreirinha
do Rato”, no “Ritz Club”, na “Adega da Lucília”, na “Adega Mesquita”, no
“Faia”, na “Nau Catrineta”, no “Paraíso das Guitarras” e na “Parreirinha de
Alfama”.
Revela-se
como artista-apresentador em 1957, no “Vira de Cascais” e nesse mesmo ano foi
um dos primeiros artistas do fado a cantar nos programas experimentais da
R.T.P.
Em
1970 voltou a Alfama como director artístico do “Arabita”.
Júlio
Vieitas distinguiu-se também como autor de conhecidas letras de fados, algumas
delas com música sua, destaque para: “Juventude”, “A Cigana”, “Princesa do
Tejo” e “Varina dos Olhos Verdes”.
Registam-se
várias gravações em disco, nomeadamente em 1979 quando gravou juntamente com
Gabino Ferreira, Júlio Peres, Manuel Calixto, José Coelho e Frutuoso França, o
álbum “Fado da Velha Guarda”.
Foi
homenageado por diversas vezes. Já depois da revolução de 25 de Abril
homenagearam-no na Tertúlia Festa Brava (1979), nas Caldas da Rainha (1985) e
pelo grupo " Amigos de Lisboa " (1986). Faleceu em 8 de Junho de
1990.
Fonte: Museu do Fado - Última actualização: Maio de 2008
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