GABINO
FERREIRA
De
seu nome completo Manuel Gabino Ferreira da Silva, desde cedo que o universo do
Fado acompanhou Gabino. Começou novo a ouvir o Fado na rádio e incentivado pelo
pai inicia-se a cantá-lo em festas de beneficência, nos arredores da cidade do
Porto, em 1936 como amador. Mais tarde, e graças ao seu jeito fadista, passa a
frequentar o "Café Portugal" e o "Café Academia", auferindo
o seu primeiro cachet. Neste período tornou-se conhecido no meio como o
"Miúdo do Bonfim". Em 1938 actuou no "Café Portugal", da
Rua de Trás, a "Catedral do Fado" portuense e, sucessivamente, no "Café
Mundial" na Rua da Madeira e no "Café Academia" da Avenida dos
Aliados.
Em
1942 vem para Lisboa onde completa os 20 anos de idade e logo nessa mesma noite
actua na "Esplanada Luso", do ex "Retiro da Severa" onde
interpreta "Cabelo Branco", acompanhado por Jaime Santos e Miguel
Ramos. (cf. Radamanto, in "Guitarra de Portugal", 15 Junho de 1945).
Não regressou ao Porto, como estava previsto, o empresário Lopes Ferreira
("Café Luso") pediu-lhe para ficar e apresentar-se no seu elenco de
fadistas.
Em
1945, e após ter cumprido o serviço militar, actuava no "Retiro dos
Marialvas" acompanhado por José Nunes (guitarra) e Miguel Ramos (viola).
Retorna ao "Luso" de onde volta a sair para ingressar na casa típica
"Adega Machado".
O
seu repertório é composto por grandes nomes do Porto como sejam Manuel Mendes,
Alberto Ferrador e José Maria da Silva, havendo também referências e numa linha
mais tardia a poetas como Linhares Barbosa, Francisco Radamanto,
"Britinho", e Carlos Conde.
Inaugura
o restaurante típico "A Severa" como gerente artístico actividade que
concilia com a actividade profissional na Companhia dos Telefones onde
trabalhou durante 37 anos. Mais tarde retira-se da vida artística ainda que
precocemente.
Durante
a sua permanência em Lisboa, nunca esqueceu as suas raízes e regressou, sempre
que possível, à terra natal para espectáculos noutras casas, teatros e
esplanadas.
Gabino
Ferreira actuou em directo na Emissora Nacional, na Rádio Peninsular e na Rádio
Graça e foi agraciado pela Emissora Nacional com uma Menção Honrosa.
Do
seu vasto repertório destacamos alguns êxitos: "Lenda da Amendoeira",
e "O Fado está doente" de Carlos Conde, o eterno "Cabelo
Branco" de Manuel J. Nogueira, para além de outros poemas de conterrâneos
seus.
Em
1979 foi convidado a gravar para a etiqueta "Riso e Ritmo" um LP
intitulado "Fado da Velha Guarda" juntamente com Júlio Vieitas,
Manuel Calixto, José Coelho, Frutuoso França. Este é um dos 3 registos
discográficos da carreira de Gabino Ferreira.
Figura
incontornável da história do fado, Gabino Ferreira faleceu em Novembro de 2011.
Fonte: Museu do Fado - Última Actualização: Novembro de 2011
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