CARLOS
MACEDO
Carlos
Macedo, de seu nome completo José Carlos de Campos Macedo, nasceu na freguesia
de Lousado, concelho de Vila Nova de Famalicão, distrito de Braga, em 9 de
Dezembro de 1946. Tem apenas 8 anos quando perde a mãe Idalina Costa Campos.
Esta prematura partida causa-lhe um profundo desgosto, superado junto do pai,
Arménio Costa Macedo, dos dois irmãos e dos poemas e versos que escreve como
forma de atenuar toda a mágoa sentida.
Ainda
adolescente começa a cantar o fado entre familiares e em festas de amigos,
momentos esses, em que todos se apercebem do enorme talento que Carlos Macedo
faz transparecer nas suas actuações. Porém, naquele meio tão pequeno e isolado
não existia qualquer guitarrista que o acompanhasse. Sozinho, aprende a tocar
guitarra e forma o Conjunto Típico Carlos Macedo, com o qual se apresenta em
diversas festas e programas radiofónicos.
Ingressa
no serviço militar e parte para Moçambique levando consigo a sua guitarra.
Durante a sua permanência naquele país, Carlos Macedo integra o Grupo Regional
das Forças Armadas participando em espectáculos para os militares aí
destacados. Findo o serviço militar, Carlos Macedo decide permanecer em
Moçambique onde ingressa no quadro de pessoal da Imprensa Nacional (Função
Pública).
Paralelamente,
mantém uma carreira artística, actuado em várias casas típicas existentes na
altura em Moçambique como a Tertúlia e o Solar da Madragoa, propriedade da
fadista Eulália Duarte. Mais tarde chega mesmo a abrir um restaurante seu, o
Ribatejano, onde actuava diariamente. Nesta década profícua Carlos Macedo é
eleito “Rei do Fado em Moçambique”, (1972) e no ano seguinte lança os primeiros
registos discográficos: “Campa Florida” e “Guitarra Toca Baixinho”.
Regressa
a Portugal em 1975, fixando-se em Lisboa, e depois da estada em Moçambique num
percurso pautado de sucesso, Carlos Macedo opta por se dedicar à carreira artística.
Integra o elenco da casa típica Mil e Um ao que se segue o Chaparro, Tabuinhas
e Copos Bar.
Em
1997 apresenta-se em Versailles na casa típica Saudade. Após um ano de
actuações regressa a Lisboa integrando novos elencos, são exemplo O Embuçado e
o Senhor Vinho, propriedade da fadista Maria da Fé, onde se manteve até Março
de 2008. Sobre esta enriquecedora experiência pode ler-se no seu site pessoal:
“Ao serviço desta empresária, grande e imortal fadista, o Carlos Macedo
percorreu Portugal de lés a lés e vários países Europeus e da América do Sul,
acompanhando-a à guitarra e por vezes cantando.” Reveladores do seu talento são
as autorias e composições dos fados que interpreta, e que resultam em inúmeras
gravações. Os temas que compõem os seus discos e cd´s têm sido apresentados em
espectáculos e em programas televisivos um pouco por todo o mundo: Espanha,
França, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo, Suíça, Holanda, Brasil, Macau, Canadá,
Estados Unidos da América, Angola, entre outros. Em algumas destas actuações,
Carlos Macedo acompanhou grandes nomes do panorama musical, casos de Ada de
Castro, Carolina Tavares, Maria da Fé, Dr. Machado Soares, entre outros.
Em
Setembro de 2006 na freguesia do Lousado e no âmbito das festividades do
Sagrado Coração de Maria e Nossa Senhora da Boa Hora, Carlos Macedo foi
homenageado, figurando hoje como uma das ilustres personalidades do concelho.
Acrescente-se a este facto o espectáculo, com grande êxito, realizado em
Janeiro de 2009, na Casa das Artes, em Vila Nova de Famalicão.
No
Centro Pastoral Paulo VI, no decorrer das celebrações do 90º aniversário das
aparições de Fátima, em Outubro de 2007, Carlos Macedo foi convidado pelo Bispo
de Leiria a interpretar dois fados. Nesse mesmo ano, o fadista e guitarrista
lança o trabalho discográfico “Ser Peregrino”, e que resulta de uma profunda
experiência pessoal pautada pelo sofrimento, esperança e fé.
Desde
1989, Carlos Macedo também se tem dedicado à construção de guitarras aprendendo
o ofício com uma das suas principais referência na arte da guitarra portuguesa,
guitarrista Fontes Rocha. Ao longo deste tempo Carlos Macedo desenvolve as
qualidades técnicas e acústicas deste instrumento, sendo da sua autoria a
guitarra com que neste momento trabalha. Segundo ele, a sua primeira guitarra
guarda-a como relíquia.
Fonte: Museu do Fado - Última actualização:
Maio de 2009
Nenhum comentário:
Postar um comentário